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Einstein, Monalisa e o Cozinheiro! Esqueça os gênios! A sua verdadeira criatividade está escondida no seu dia a dia.

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Pare tudo o que está fazendo e me responda com sinceridade: de 0 a 10, qual a nota você daria para a sua própria criatividade?

Não vale mentir, hein!

Vou te contar um segredo… para a maioria das pessoas, a resposta ficaria, ali timidamente, entre o 4 e o 6, isso mesmo, incrível né! E sabe o porquê disto? Simplesmente porque nos comparamos com o que achamos ser a “criatividade de verdade”

No nosso imaginário, os verdadeiros criativos são os pintores, inventores, músicos e escritores que admiramos e não nós, meros mortais.

Para muitos, a criatividade seria como um dom exclusivo, um raio que atinge poucas e seletas cabeças privilegiadas, pois enxergamos apenas a Grande Criatividade, com “C” maiúsculo, aquela das obras-primas como a Monalisa!

Há uma falsa crença comum que nos faz acreditar que existe um “clube exclusivo” para o qual poucos recebem o convite para fazer parte: o Clube dos Criativos, fazendo com que muitos de nós, conforme e até justifiquemos a falta de criatividade.

Mas, ao longo destes anos, estudando sobre este tema (o qual para mim é tão fascinante), posso afirmar que o que limita não é ter ou não ter um dom, e sim crer que não tem!

Tudo nesta vida é possível de ser aprendido e/ou desenvolvido, ou você acha que Simone Biles (ginasta olímpica americana) é a ginasta mais condecorada da história dos EUA e com mais de 23 medalhas de ouro em mundiais, nasceu sabendo fazer um Triplo Duplo (o qual leva o seu próprio nome “ Solo Biles II”)? Claro que não! Ela pode ter nascido com uma excelente inclinação para o esporte, porém foram os anos de treino duro e muita resiliência para superar os desafios, que a transformaram na ginasta que hoje ela é.

E assim acontece com a criatividade: quanto mais a usamos, melhor ela vai ficando.

Há um conceito na psicologia e entre os estudiosos da Criatividade (sim, este é um campo vasto de estudo no meio acadêmico) que é muito simples, porém que carrega em si uma potência enorme: a distinção entre a criatividade com “C” maiúsculo e a criatividade com “c” minúsculo

O “ Grande C” é a criatividade de Picasso, de Einstein, de Marie Curie. Aquela criatividade que é monumental, rara e sejamos honestos, muito intimidante.

Mas a “Pequena c”, ah...esta sim é reconfortante, simpática e especial. Ela não busca um lugar exposto nos museus, e sim, quer ser a nossa companheira na caminhada cotidiana, nos ajudando a resolver o quebra-cabeça que insiste em permanecer bem à nossa frente disfarçada de desafios diários.

E hoje, é sobre a “pequena c” que iremos conversar, pois é nela que está a nossa verdadeira genialidade cotidiana.

Pensemos sobre algumas situações que todos nos vivenciamos:

  • Você decide fazer o jantar, passou o dia todo imaginando o prato, os ingredientes que iria utilizar, como iria cortar os legumes, chegou até a sentir o gosto do alimento de tanto que imaginou o prato.

    Saiu do trabalho, passou no supermercado, comprou os ingredientes, chegou em casa e começou a preparar a tão sonhada comida, porém no meio do preparo você percebe que falta um ingrediente! Desespero momentâneo? Desilusão? OU PENSA: já investi tanto tempo pensando e preparando que não será agora que irei desistir?

    Então, ao invés de desistir, você abre a sua geladeira, olha a sua despensa, e como em uma dança, substitui, adapta, combina sabores improváveis e, no final, se surpreende com o resultado e até se orgulha do prato que você criou: um prato único! Isso é criatividade!!!!

  • Agora você está sentado confortavelmente em sua cadeira, em frente ao seu saborosíssimo prato e apoia os braços sobre a mesa, percebe que a mesma está bamba. Você pensa, “poderia comprar uma nova”, mas neste momento, deseja apenas comer o que cozinhou, então, você pega um pedaço de papelão, dobra-o na espessura exata e cria um calço perfeito, e a mesa para de bambear. Pronto, Gambiarra Criativa, a engenhosidade nascida da necessidade. Isso é criatividade!!!!

  • Em seguida, digamos que você está sentado à mesa, perfeitamente equilibrada sobre o papelão dobrado, finalizando o seu delicioso jantar e a campainha toca. Você se levanta, abre a porta e vê o seu grande amigo, o qual não encontrava há muito tempo. Ele trouxe uma sobremesa para que juntos pudessem passar um tempo com conversas despretensiosas e alegres. No meio da conversa, surge o assunto do teu trabalho e você começa a explicar algo complexo com termos técnicos. Percebendo que o amigo não está entendendo, abandona o jargão e cria uma metáfora simples e brilhante, fazendo com que ele te compreenda perfeitamente. Você não apenas passou a informação que desejava, como construiu uma ponte entre vocês dois para que a conversa fluísse perfeitamente. Isso é criatividade!!!!

Com isso, percebemos que a criatividade, o “ pequeno c” é a arte da adaptação, da improvisação e da solução de problemas. E aquela que se revela nos pequenos gestos ao reinventar uma refeição, ao viabilizar uma conversa. A criatividade com “c” minúsculo vive no cotidiano, quase invisível. É a linguagem silenciosa da nossa inteligência prática e profundamente poderosa!

Por que isso é mais importante do que parece?

Porque reconhecer esses pequenos momentos de genialidade diária não é apenas um exercício de autoestima, é uma mudança de mentalidade com efeitos profundos e duradouros.

1. É um antídoto contra o piloto automático. Ao perceber esses momentos, você se torna mais presente e engajado na sua própria vida. Cada pequeno desafio se transforma em uma oportunidade para ser inventivo e se divertir, tornando o banal em algo interessante.2. Constrói a sua "musculatura" criativa. A confiança criativa não nasce de um grande insight, mas do acúmulo de pequenas vitórias. Cada vez que você resolve um mini-problema de forma original, você está treinando seu cérebro para acreditar que é capaz de solucionar desafios maiores.3. Aumenta a sua resiliência. O mundo é imprevisível. Pessoas que praticam a "pequeno c" não congelam diante do inesperado. Elas encaram a mudança não como uma ameaça, mas como um novo conjunto de peças para brincar.

Nenhuma grande ideia, nenhum "Grande C" nasceu pronto. Ele foi o resultado de inúmeras interações, de milhares de momentos "pequeno c" de tentativa, erro e adaptação. A sua pequena solução para organizar os cabos atrás da TV usa o mesmo mecanismo mental que um engenheiro da NASA usa para resolver um problema em um satélite.

A escala é diferente, mas a faísca é a mesma.

Torne-se um caçador de faíscas

Então, eu te convido a fazer um exercício esta semana. Torne-se um "caçador de faíscas" da sua própria criatividade.

Quando você encontrar um caminho diferente para fugir do trânsito, reconheça. Quando inventar uma brincadeira com seu filho usando caixas de papelão, celebre. Quando reorganizar um parágrafo no seu e-mail para torná-lo mais claro e persuasivo, dê um tapinha mental nas suas costas.A criatividade não é um dom que você tem ou não tem. É uma maneira de estar no mundo. Uma maneira atenta, curiosa e corajosa.

E a boa notícia é que você já a pratica todos os dias e nem desconfiava, precisava apenas descobrir que ela estava ali, caminhando ao teu lado, e ser nomeada!

Bora treinar os seus pequenos cs?

Espero que tenha gostado e até a próxima conversa!


Por: Elisa Delatore

 
 
 

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